domingo, 17 de junho de 2012

COM SUBSTITUTO À ALTURA, BRASIL SUPEROU AUSÊNCIA DE PELÉ PARA LEVAR O BI MUNDIAL


Há exatos 50 anos, brasileiro Mauro Ramos de Oliveira erguia a taça Jules Rimet, e a seleção brasileira conquistava a sua segunda Copa do Mundo.
                                                                                                                                   Agência do Estado
Amarildo substituiu Pelé, fez bonito e levou o bi no Chile, em 1962.

Há exatos 50 anos, o capitão Mauro Ramos de Oliveira erguia a taça Jules Rimet, e o Brasil conquistava seu bicampeonato mundial. Quase um mês após desembarcar no Chile, com a missão de repetir o brilho de quatro anos antes, quando a seleção havia conquistada sua primeira Copa do Mundo, na Suécia. Para isso, o time comandando por Aymoré Moreira ­ que substituiu Vicente Feola ­ teve que superar a ausência de seu maior craque.

Em 1962, o caminho do Brasil para o título começou com vitória, de 2 a 0, sobre o México, com direito a um gol e uma assistência de Pelé. Mas o jogo que mudaria a história da seleção naquele Mundial foi o segundo. Diante da Tchecoslováquia, os brasileiros não conseguiram tirar o zero do placar até que, aos 28 minutos da primeira etapa, o "Rei" arriscou de fora da área e caiu. Mais tarde, seria constatado um estiramento na coxa.

Aquele só não foi o último movimento de Pelé na Copa porque as substituições não eram permitidas, e a grande esperança brasileira para mais uma conquista ficou em campo até o fim do jogo, apenas fazendo número. Sem contar com o futebol da maior estrela de sua constelação, o Brasil não foi além do 0 a 0 contra os tchecoslovacos, e teria que superar a ausência do melhor jogador do mundo em um duelo de vida ou morte contra a Espanha.

No entanto, o que poucos esperavam é que o Brasil encontraria um substituto à altura de Pelé em seu banco de reservas. Amarildo Tavares da Silveira, ou simplesmente Amarildo, de 22 anos, precisou de apenas uma partida para mostrar o que o destino lhe reservara. Contra os espanhóis, a seleção nacional perdia até que o atacante do Botafogo decidiu, anotando dois gols para o time verde amarelo, garantindo a vitória de 2 a 1.


Após a partida e a classificação garantida com um gol aos 41 minutos do segundo tempo, um emocionado Pelé invadiu o vestiário brasileiro e se dirigiu a Amarildo, ainda no chuveiro, para cumprimentar o novo "herói". No entanto, depois de ter a estreia perfeita, o substituto do Rei viu Garrincha e Vavá brilharem. Os dois foram os responsáveis pelos sete gols que levaram o Brasil à final, após vitórias sobre Inglaterra e Chile ­ 3 a 1 e 4 a 2, respectivamente.

Na grande decisão, diante de 69 mil pessoas, no Estádio Nacional de Santiago, o Brasil reencontraria a Tchecoslováquia, o mesmo adversário que, na primeira fase, conseguiu evitar a vitória brasileira ­ o único time a conseguir tal feito naquela Copa. E pior, o rival que trazia à tona a lembrança do pior momento possível para aquela seleção: a contusão de sua maior estrela, Pelé.

Além de todas as lembranças do 0 a 0 da primeira fase, o início da grande decisão não foi nada promissor para os brasileiros. Logo aos 15 minutos de jogo, Masopust fez grande jogada individual, invadiu a área e tocou na saída do goleiro Gilmar, abrindo o marcador para a Tchecoslováquia. A favor do Brasil, ao menos, jogava a lembrança de que, há quatro anos, a seleção também havia saído atrás do placar diante da Suécia.

E, para alegria da torcida brasileira, a história se repetiu. Dessa vez nos pés de Amarildo, que, três jogos depois de seu "batismo de fogo", reencontrou o caminho das redes no jogo mais importante de sua carreira. Apenas dois minutos após o gol tchecoslovaco, o atacante recebeu cobrança de lateral, passou por Pluskal e Tichy, mas acabou perdendo o ângulo. No entanto, a posição desfavorável não foi obstáculo, e um chute cruzado deixou tudo igual.

Com um novo empate no marcador, Brasil e Tchecoslováquia voltaram para a segunda etapa com 45 minutos para decidir quem se sagraria campeã mundial. E, aos 24 minutos, o destino foi generoso com os brasileiros. O goleiro Schroiff, eleito o melhor daquela Copa do Mundo, errou ao tentar cortar cruzamento de Zagallo e deixou a bola para Zito virar. Nove minutos depois, o arqueiro foi ainda pior, deixando o gol aberto para Vavá definir a vitória brasileira.

Por volta das 17 horas, de Brasília, do dia 17 de junho de 1962, o árbitro Nikolaj Latychev apitava o fim da partida, dando início à festa brasileira. Gilmar, Djalma Santos, Mauro, Zózimo, Nilton Santos, Didi, Zito, Zagallo, Garrincha, Vavá e Amarildo entravam para a história da seleção com a conquista do bicampeonato no Chile. Uma história que foi escrita há exatos 50 anos. 

FONTE: msnesportes

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