sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

ENTREVISTA COM SILVIO BOTELHO


Silvio Botelho



Por trás de sua casa, onde mantém seu ateliê, o bonequeiro Silvio Botelho vem confeccionando o boneco gigante de Luiz Gonzaga, que será o homenageado do carnaval de Olinda em 2012. Nessa entrevista ele nos conta um pouco de sua trajetória e de como vem realizando seus novos projetos.

O MIRANTE DE OLINDA: Quantos anos de carreira?
SILVIO BOTELHO:São 38 anos de trabalho.

OM: Você tem formação acadêmica em artes?
SB: Sou autoditata, aprendi fazendo os meus bonecos e depois de alguns anos, em viagens feitas pelo Brasil, descobri algumas técnicas e assim fui aperfeiçoando meu trabalho.

OM: Sabemos que em alguns países da Europa é comum vermos bonecos gigantes no carnaval. Você aprendeu técnicas de confecção de bonecos por lá também?
SB: Aprendi no Brasil mesmo e afirmo que na Europa vê-se bonecos em todos os lugares. Aqui recebo muitos europeus em busca de troca de informações sobre como faço meu trabalho. Já recebi franceses, portugueses e outros que como eu, buscam sempre a troca de ideias.

OM: Fale um pouco do crescimento gradativo na execução dos seus bonecos:
SB: Há 20 anos atrás eu fazia meus bonecos utilizando em primeiro lugar argila para levantar as peças e, depois cobria com papel empastelando-os, até formar uma camada grossa para depois tirá-los e fechar com outro papel, dando assim o acabamento com massa acrílica. Em 1995, introduzi a fibra de vidro, possibilitando a rapidez na execução. Pra você ter uma ideia, o Homem da Meia Noite por exemplo, pesa 50 quilos.

OM: Fale mais sobre o Homem da Meia Noite:
SB: Ele foi criado em 1931 e eu fiz o primeiro reparo nos anos 80. Todo ano eu dou uma trabalhada nele, de maneira que fique bonito para o carnaval. Os criadores do Homem da Meia Noite foram Severino Bernardino da Silva e Anacleto Bernardino da Silva.

OM: Você trabalha com arte – educação?
SB: Já tive uma escola aqui entre o final dos anos 90 e o início de 2000. Hoje os jovens que foram meus alunos já desenvolvem seu próprio trabalho e já tem suas oficinas.

OM: Os bonecos também saem em outras épocas fora o carnaval?
SB: Em todas as épocas. Antigamente saiam de graça. Hoje os condutores dos bonecos recebem pela saída, o que acho justo, por isso reivindiquei esse direito. Os bonecos fazem bailes, casamentos, campanhas políticas, entre outros eventos.

OM: fale um pouco de sua carreira:
SB: Trabalho com bonecos desde adolescente e eles hoje tornaram-se referência nacional e internacional.

OM: Você é olindense?
SB: Nasci no Amparo.






FONTE: O Mirante de Olinda Online

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